Os sistemas atuais de abastecimento de
água e tratamento de esgoto possuem características próprias que requerem
automações e controles à distância.
A utilização da distribuição de água por gravidade, por exemplo, traz diretamente a necessidade de instalação de
reservatórios em pontos de maior altitude, e por consequência, também a
necessidade de bombeamento para transferências de nível. É comum haver estações
de captação e bombeamento a vários quilômetros do reservatório.
Com a evolução das tecnologias de
transmissão de dados via radiofrequência (e a consequente redução dos custos
dessas tecnologias), tornou-se extremamente viável a utilização de sistemas
completos de automação, telecontrole e telessupervisão que utilizem as ondas de
rádio para o “transporte” de informações e comandos entre as estações.
Por outro lado, a utilização de controles efetuados através de cabeamentos entre as
estações se apresenta como soluções extremamente onerosas e inviáveis, devido
às dificuldades de acesso, altos índices de defeito e vulnerabilidade, além de
longos prazos de implantação.
Em casos como um único subsistema que
consiste numa estação de captação ou tratamento (e bombeamento) e uma estação
de distribuição (reservatório), a utilização de dispositivos “autônomos” de
controle de nível representa a máxima eficiência em economia de água e energia.
A soma de vários subsistemas interligados, por sua vez, implica na necessidade
de mecanismos de centralização da supervisão e controle do sistema.
Surge então a imprescindível
necessidade de agregar em um só local as informações de todo o sistema. A
utilização de telas “amigáveis” em microcomputadores, com elementos visuais
facilmente associáveis possibilita uma análise rápida da situação do sistema.
E com a centralização das informações (em tempo real) de todas as estações num só
local (a estação supervisora), todos os tipos de relatórios, gráficos,
análises, geração de alarmes automáticos em situações críticas, registros de
dados, etc., são possíveis e passam a ser ferramentas indispensáveis para uma
gestão econômica, rápida e eficiente dos recursos para controle do sistema.
Dessa forma, qualquer análise se torna muito mais real para melhoria de
utilização de mão-de-obra, pessoal, programação de serviços, previsões de escassez,
medições de perda, programação de compras de produtos para tratamento,
contratações de demandas de energia elétrica muito mais econômicas, roubo,
desvios, e muito mais!
Além do controle centralizado de dados
de todo o sistema em “tempo real”, a possibilidade de efetuar comandos nos
equipamentos remotos é uma forma também eficiente de controle e segurança.
No que se refere à “automação”, os
ganhos de tempo na operação do sistema são enormes! Todas as variáveis
necessárias à análise para a ativação de algum dispositivo, cuja lógica de
atuação seja anteriormente definida poderão ser automaticamente controladas
pelo sistema em tempo extremamente inferior à análise “humana”.
Variáveis de uma ou várias estações podem ser consideradas para a efetivação automatizada de
ações em uma ou mais estações. A grande economia de recursos de mão-de-obra,
água e energia se torna aparente em pouco tempo.
Em relação à “telessupervisão”, o caso
frequente da parada de um conjunto moto-bomba por algum defeito é um entre
diversos exemplos de ganhos de tempo, água 4 e energia. Neste caso, em um
sistema telessupervisionado, ocorrerá um alarme instantâneo na estação
supervisora e o problema poderá ser sanado em tempo reduzido.
De outra forma, somente após uma reclamação do consumidor o problema será conhecido; quando
todo o desgaste já tiver sido causado e a normalização irá requerer muito mais
recursos.
Com relação ao “telecontrole”, pode-se
exemplificar os ganhos de produtividade com os casos de manobras no sistema.
Havendo a disponibilidade de telecontrole, a operação de moto-bombas, registros
e quaisquer outros dispositivos localizados em estações distantes poderá ser
efetuada de maneira centralizada (na estação supervisora), onde todas as
informações do sistema estão disponíveis, com muito mais coordenação das
equipes, e ainda dispensando os diversos deslocamentos que sem o telecontrole
seriam necessários.
Com o uso da "telemetria",
todas as medidas necessárias às análises de funcionamento do sistema de
saneamento são continuamente mostradas em tempo real e armazenadas para
posterior formulação de relatórios, cálculos, gráficos, etc.
Atualmente, o uso de telemetria para facilitação de medidas de perdas tem sido uma ferramenta
simplesmente indispensável. Todas as medidas de vazão, volume e pressão podem
ser facilmente monitoradas e utilizadas em planilhas e macros para cálculos
instantâneos.
Em alguns casos as estações não dispõem
de suprimento de energia elétrica através da rede convencional. Nestes casos,
sistemas dedicados de energia solar podem ser utilizados para suprimento diurno
e noturno dos equipamentos da estação, nas diversas épocas do ano.
A automação (3T: Telemetria,
Telecontrole e Telessupervisão) reconhecidamente se tornou nos últimos anos a
ferramenta padrão para o controle e eficiência em todos os processos envolvidos
no saneamento básico.
Todas as organizações (públicas ou privadas) incumbidas
de prover água e captação/tratamento de esgoto à população que se destacam em
eficiência e qualidade possuem essencialmente um sistema de controle
automatizado e com acesso a todas as suas estações.
Em saneamento, o controle possibilitado
exclusivamente por sistemas 3T implica em resultados muito além de
"monitorar e medir" os processos.
Inúmeros são os casos comprovados em que somente após a implantação de um controle automatizado e eficiente é que
se consegue condições para disponibilizar o recurso (água) em diversos pontos
do sistema e com a máxima qualidade.
A seguir, algumas das principais
funções possibilitadas exclusivamente por sistemas 3T em saneamento:
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Controle de nível dos reservatórios:
Nenhum outro sistema de controle apresenta efetiva capacidade de controlar com
excelência a disponibilidade de água nos reservatórios. O sistema 3T pode
controlar o nível dos reservatórios em tempo real, mantendo rigorosamente os
níveis selecionados (mínimo e máximo).
As variáveis envolvidas no controle
(nível, pressão, vazão, etc.) são perfeitamente controladas e as atuações nos
conjuntos moto-bomba se tornam extremamente eficazes e ágeis. Estatisticamente,
a grande maioria dos casos de falta de água é efeito de falta de 5 controle
automatizado, e não da falta do recurso na fonte, como se poderia em princípio
deduzir.
Após implantado, o sistema 3T reduz drasticamente o consumo de energia
elétrica, principalmente em subsistemas onde o risco de desabastecimento é
essencialmente “resolvido” com a prática
de manter moto-bombas ligadas 100% do tempo.
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Ciência instantânea dos eventos: Sem
o monitoramento, falhas comuns como paradas indesejadas de moto-bombas, falta
de energia, atuações de proteção, surtos na rede, etc., somente são descobertas
muito tempo depois que os efeitos negativos tenham se estabelecido. Na maioria
das vezes, o cliente é quem detecta e reclama, negativando sempre a imagem da
organização. As ações tardias são muito mais onerosas e ineficientes.
O monitoramento contínuo e remoto de todos os dispositivos do sistema de saneamento
só é conseguido com sistemas 3T, onde todas as variáveis são informadas em
tempo real. Qualquer evento pré-definido é informado instantaneamente ao centro
de operação e as medidas ideais podem ser tomadas rapidamente. O cliente não
chega a notar os efeitos neste caso.
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Manobras no sistema: Somente a
observação de todas as variáveis dos processos de saneamento em tempo real
(telessupervisão) em um mesmo local (centro de operação) é que pode permitir
ações de manobra eficientes, visando alternativas de abastecimento. Sem a
telessupervisão, não há como analisar as possibilidades de manobra.
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Análise das dinâmicas de consumo: A
telemetria (registro sistemático das variáveis do sistema) possibilita análises
reais do comportamento dinâmico de consumo, sendo a ferramenta essencial para
definir projetos de investimento e melhoria no sistema. Sem a telemetria, as
possibilidades de levantamento de dados são tão infinitamente mais difíceis e
em quase 100% dos casos não são efetuadas.
Enfim, o conjunto de
vantagens na implantação de um sistema de automação, telecontrole, telemetria e
telessupervisão em sistemas de saneamento e tratamento de esgoto é tão extenso
que compensa o investimento em tempo muito reduzido